“Um sonho que se tornou pesadelo”, esse é o começo da história de uma jovem de 20 anos que prestou vestibular, este ano, para Medicina na Universidade Federal do Pará (UFPA), passou e teve sua matrícula indeferida por “não atingir os critérios de baixa renda” que são exigidos no edital.
O caso de Lívia Letícia se tornou público na quarta-feira, 15, através de uma postagem no Instagram, feita pela Pedagoga Lucyene Nascimento, que contou o drama vivido pela jovem que teve seu sonho de ingressar na Universidade, interrompido.
Segundo relatos contidos na postagem, Lívia trabalha desde os 14 anos para ajudar a família e, atualmente, atua como garçonete em um restaurante, em Capanema, nordeste paraense. A jovem foi aprovada no Vestibular 2023 da UFPA, mas, segundo a instituição, ela “não atingiu os critérios de baixa renda” exigidos no edital, sendo assim, sua matrícula foi indeferida.
De acordo com a jovem a soma da renda de Lívia e os demais integrantes de sua família, não chega a um salário mínimo, que atualmente é R$ 1.302,00, por pessoa. A jovem tenta entrar com uma ação contra a Universidade para poder cursar o curso que ela foi aprovada.
Assessoria Jurídica
Lívia teria tentado ajuda da Defensoria Pública do Estado do Pará, para atender o seu caso, porém, de acordo com o órgão, “por se tratar da UFPA, não é de atribuição da Defensoria Pública do Pará, por ser um órgão estadual”. Mas, o órgão estadual se encaminhou o caso para a Defensoria Pública da União, em caráter de urgência.
De acordo com Lívia, ela chegou a conversar com o defensor público da União, Marcos Teixeira, mas, segundo ela, o contato veio um pouco “tardio” e ela, que está correndo contra o tempo para ingressar na Universidade ainda este semestre, conta que havia ganhado apoio jurídico de um escritório de advocácia particular. De acordo com a jovem, ela conseguiu de graça, uma assessoria jurídica para defender o seu caso.
“Eu agradeço ao contato da Defensoria, mas, tô tendo uma assessoria de graça, não estou pagando nada. Imaginem o desespero que eu sinto durante seis dias inteiros, correndo atrás e finalmente uma luz no fim do túnel. Eu não escolhi, foi o escritório que me acolheu e acolheu minha causa”, disse Lívia.
Ela compartilhou nas redes sociais como aconteceu a ajuda jurídica para o seu caso: